Mais de treze anos, milhares de horas, milhões de instantes...
E quanto resta?
Todo aquele que te fizer falta.
Como é ténue
O fio dos dias
Que te prende à vida
Depois de claro
Tudo se foi tornando difuso
Incompreensível
Hoje
Já quase nada existe.
Nem a cor
Nem a forma Nem o som
Nem o odor.
Resta a presença
Já não resta a esperança.
Navegas num lago escuro
Completamente escuro
Não sabes onde estás,
para onde vais,
de onde vieste...
Mas nunca estás só
Nunca estás um único instante
só
Imagem da autoria de Maria Manuela Botelho de Moura Gonçalves para uma exposição de fotografia sobre temática relacionada com a Doença de Alzheimer, no Funchal, e que não chegou a concretizar-se, infelizmente.