março 04, 2010

Raiz da planta vinca tem potencial para tratar Alzheimer


Uma equipa de cientistas da Universidade do Porto descobriu um novo potencial terapêutico na raiz da planta vinca, que pode vir a ser utilizado como fármaco no combate ao Alzheimer, anunciou hoje aquela instituição de ensino superior. A equipa de investigação, constituída por elementos da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (no âmbito do laboratório associado REQUIMTE) e do Instituto de Biologia e Medicina Celular/Instituto de Engenharia Biomédica (IBMC.INEB), publicou os resultados do trabalho na revista científica "Phytomedicine".

A investigadora Mariana Sottomayor - que juntamente com Paula Andrade liderou o grupo de trabalho - explica que a vinca é uma "planta medicinal que já é utilizada há muitos anos e que foi muito estudada", sendo dela a serpentina - outro alcaloide - "que inibe a degradação de um neurotransmissor e que portanto poderá ajudar no tratamento da doença de Alzheimer".

"Há agora um período de investigação para que a molécula possa ser utilizada como um fármaco eficaz", explicou a cientista, acrescentando que "aparentemente, parece ter um atividade mais potente do que os fármacos utilizados atualmente".

Segundo um comunicado da Universidade do Porto sobre o assunto, "até agora, já se conhecia o potencial da Vinca (Catharanthus roseus, originária de Madagáscar) na terapia de algumas formas de cancro".

Processo complexo e caro

"São necessárias toneladas de partes aéreas da planta para se obterem alguns miligramas de substâncias úteis, o que transforma o cultivo, bem como as substâncias obtidas, num processo complexo e com elevados custos associados", acrescenta o texto.

O documento realça ainda que "a perspetiva apresentada pelo grupo de investigadores segue uma abordagem profundamente diferente e em vez de se limitar às partes aéreas (caule e flores), a equipa procurou aproveitar todo o potencial medicinal da planta, olhando para outros produtos passíveis de serem extraídos", como é o caso da raiz.

Acrescenta ainda que "os autores destacam, em particular, a serpentina, que possui uma enorme afinidade e seletividade para um dos principais alvos no tratamento da Doença de Alzheimer".

"No futuro, espera-se que o seu aproveitamento possa vir a revelar-se útil no tratamento farmacológico desta doença e de outras afeções como a 'miastenia gravis'", conclui.


Fonte:
Lusa

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