Mais de treze anos, milhares de horas, milhões de instantes...
E quanto resta?
Todo aquele que te fizer falta.
Como é ténue
O fio dos dias
Que te prende à vida
Depois de claro
Tudo se foi tornando difuso
Incompreensível
Hoje
Já quase nada existe.
Nem a cor
Nem a forma Nem o som
Nem o odor.
Resta a presença
Já não resta a esperança.
Navegas num lago escuro
Completamente escuro
Não sabes onde estás,
para onde vais,
de onde vieste...
Mas nunca estás só
Nunca estás um único instante
só
Imagem da autoria de Maria Manuela Botelho de Moura Gonçalves para uma exposição de fotografia sobre temática relacionada com a Doença de Alzheimer, no Funchal, e que não chegou a concretizar-se, infelizmente.
Filme de animação para adultos retrata vida de idosos com Alzheimer num lar
Os problemas da velhice e das doenças dos idosos passaram da
banda desenhada do espanhol Paco Roca para o grande écran. A doença de
Alzheimer e o dia a dia num lar de terceira idade são temas pouco
habituais em filmes de animação, mas “Rugas” consegue o propósito de não
deixar os espetadores indiferentes.
Tudo começou quando Paco Roca fez uma banda desenhada para
tentar compreender a velhice dos pais. “Que extraordinária mensagem de
vida, de alegria, de humor, e de amor que o filme tem”. É desta forma
que o ator Rui Mendes descreve a película, na qual dá a voz à personagem
Emilio.
A versão dobrada em português já está nas salas de cinema e conta ainda
com as vozes de Rui Oliveira, Custódia Gallego, entre outros.
A revista Variety inclui “Rugas” na lista dos filmes europeus mais
promissores do ano. Com realização de Ignacio Ferreras, a película
ganhou o prémio Goya para Melhor Filme de Animação e Melhor Roteiro
Adaptado.